Fui a grande maca. Vim de la a perceber porque e que a minha cidade pode ser enfadonha: quando existe uma Nova Yorque tudo o resto e cinzento.
A cidade e grande e, na parte que vi, tem avenidas largas e concorridas por pessoas coloridas e unicas. Ha muito multi-tudo em todo o lado.
Nas estradas, passam taxis, muitos carros, muitos autocarros e bicicletas com atrelados que tambem sao taxis. Nao e preciso esperar pelo sinal para atravessar a estrada como em Pittsburgh, a pressa fala mais alto.
Os cheiros sao fortes e surpreendentemente agrestes e ofensivos. O metro e opressivamente abafado, e e com alivio que se entra nas carruagens com ar condicionado.
Choveu e fez sol alternadamente e com muita intensidade. Quando choveu, criaram-se pequenos rios nas bordas das estradas, tal qual como em Lisboa, e foi preciso ter cuidado com os salpicos dos carros.
Existem igrejas trabalhadas um pouco por todo o lado, mas a verdadeira historia pertence aos arranha-ceus. Sao esses os simbolos de uma cidade que vive de ambicao e vontade, a verdadeira metropole capitalista onde o caos urbano se transcende e se transforma em cidade.
Do alto do Empire State Building, a cidade nao acaba. Wall Street e uma alfama de arranha-ceus, com ruazinhas exiguas. Perto do rio Hudson, cheira a maresia e a frescura do mar invade a terra. Times-square pisca a cores e regorgita pessoas. E dificil ouvir o toque do telemovel. Em central park ouvia-se samba e faziam-se piqueniques. Os bancos tem dedicatorias pessoais.
Isto, parece-me, e tipicamente americano. Tambem na minha universidade existem dedicatorias a pessoas que morreram e os tijolos do chao tem nomes de antigos alunos inscritos. E como se as instituicoes guardassem a memoria dos individuos que as habitaram, como se vivessem feitas de seres. E diferente da sensacao que emana de uma universidade como o Tecnico, que parece um tumulo intocavel por onde passam formigas (nos).
E fui ver um musical, e uma peca de teatro, e consegui andar 3 milhas sempre a direito...
Parece-me que poderia viver aqui.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Weekends outside the burgh I - racoons and other dangerous animals
No outro dia fui acampar. E tambem fui a praia, que e como quem diz, fui ao lago.
Aqui nao ha praias maritimas, apenas aguas leves e ensonsas.
Tudo isto fica a duas horas de carro da minha casa, o que e extremamente perto, ao nivel do quintal atras da casa, em termos americanos.
Aproveito para dizer que uma das coisas que espanta neste pais e a distancia. A europa sao muitos paisinhos pequenitos. Mas a america e mais um continente que um pais. Este sentimento de vastidao e dificil de apreender enquanto nao se viaja em estradas americanas, e se ve verde atras de verde, estrada atras de estrada sem sair do mesmo estado.
Adiante. O parque de campismo era de facto americano e tecnologico. Nos, os estudantes "europeus" quase rastafari, eramos os unicos a acampar com tendas. Tudo o resto incluia pelo menos uma parabolica e superficies metalizadas e higienicas.
Mas nao falei muito com os vizinhos.
Falei sim com os internacionais que viajavam comigo.
Iam 10 pessoas, e cerca de metade nao se conhecia. Mas acampar quebra o gelo. Veem-se arvores, sai-se da cidade e deixa de apetecer falar de trabalho. Fica uma atmosfera fluida feita de disponibilidade para estar, simplesmente estar. As piadas e os sorrisos sao faceis, e de vez em quando brotam conversas interessantes feitas das vidas e opinioes variadas das pessoas.
O clima era descomprometido e promissor. A noite, a volta da fogueira, melodiamos umas cancoes nao tao afinadas, viam-se estrelas e cozinhamos marshmellows.
Deixam-se os egos e preocupacoes maiores em Pittsburgh. Pela primeira ri-me ate as lagrimas com as aventuras honestas de um candidato espantado por ter sido seleccionado.
A praia tinha ondas, gaivotas e agua a perder de vista, mas nao cheirava a mar. Jogamos voleibol, e conhecemo-nos por entre sestas, lanches e passeios. Andamos de caiaque.
A volta, vinha carregada de areia e de promessas.
(E claro que vou voltar... )
(Ah, e o titulo do post vem do facto que existiam racoons perto do parque, dai termos que empacotar as coisas muito bem antes de nos deitarmos.)
Aqui nao ha praias maritimas, apenas aguas leves e ensonsas.
Tudo isto fica a duas horas de carro da minha casa, o que e extremamente perto, ao nivel do quintal atras da casa, em termos americanos.
Aproveito para dizer que uma das coisas que espanta neste pais e a distancia. A europa sao muitos paisinhos pequenitos. Mas a america e mais um continente que um pais. Este sentimento de vastidao e dificil de apreender enquanto nao se viaja em estradas americanas, e se ve verde atras de verde, estrada atras de estrada sem sair do mesmo estado.
Adiante. O parque de campismo era de facto americano e tecnologico. Nos, os estudantes "europeus" quase rastafari, eramos os unicos a acampar com tendas. Tudo o resto incluia pelo menos uma parabolica e superficies metalizadas e higienicas.
Mas nao falei muito com os vizinhos.
Falei sim com os internacionais que viajavam comigo.
Iam 10 pessoas, e cerca de metade nao se conhecia. Mas acampar quebra o gelo. Veem-se arvores, sai-se da cidade e deixa de apetecer falar de trabalho. Fica uma atmosfera fluida feita de disponibilidade para estar, simplesmente estar. As piadas e os sorrisos sao faceis, e de vez em quando brotam conversas interessantes feitas das vidas e opinioes variadas das pessoas.
O clima era descomprometido e promissor. A noite, a volta da fogueira, melodiamos umas cancoes nao tao afinadas, viam-se estrelas e cozinhamos marshmellows.
Deixam-se os egos e preocupacoes maiores em Pittsburgh. Pela primeira ri-me ate as lagrimas com as aventuras honestas de um candidato espantado por ter sido seleccionado.
A praia tinha ondas, gaivotas e agua a perder de vista, mas nao cheirava a mar. Jogamos voleibol, e conhecemo-nos por entre sestas, lanches e passeios. Andamos de caiaque.
A volta, vinha carregada de areia e de promessas.
(E claro que vou voltar... )
(Ah, e o titulo do post vem do facto que existiam racoons perto do parque, dai termos que empacotar as coisas muito bem antes de nos deitarmos.)
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