quinta-feira, 11 de junho de 2009

Valkyrie

Isto não tem nada (ou pouco) a ver com a américa mas ontem vi o Valkyrie, um filme com o Tom Cruise sobre a última tentativa para assassinar Hitler.
Comecei um bocado desconfiada porque não gosto de ver montagens de Hollywood sobre histórias que se passaram fora da América. Parece-me que é uma maneira ilusória de recordar a história. Acabamos por armazenar memórias que, inconscientemente, nos dão a sensação de um passado e um globo homogéneo. Apagam a verdadeira história de diversidades, de radicais formas de viver a vida, de diferentes formas de sentir o tempo e o espaço, porque transladam para o passado e para ilhas desertas as presentes ilusões ocidentais.
Além disso, não gosto de ver filmes que já sei que acabam mal (por isso demorei anos a ver o Titanic).
Mas, depois de ter visto o filme, hollywoodesco sim, dramático sim, fiquei contente de o ter visto.

Para quem não sabe, o filme retrata a história do Coronel Stauffenberg, que pôs uma bomba na sala de reuniões de Hitler e tentou mudar o curso da história. Já tinha visto um documentário na 2 sobre esta tentativa, a minha memória confirma que isto é verídico. Em todo o caso, como sabem, Hitler não morreu (nessa altura). Staufferg sim, foi executado.
O filme testemunha um punhado de homens, que, no lado errado das coisas, conseguiu perceber o que era correcto. Na altura, foram desprezados por pessoas que seriam executadas meses depois, na sequência da derrota. Mas anos depois, um nazi tem que esconder a sua identidade e a história recorda estes traidores como heróis.
Hollywood é apenas mais um tributo.