sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Traditional american food

Existe muita controvérsia sobre o que é A Comida Americana Tradicional.
Uns dizem que não existe. O que é mentira porque há aqui coisas que não há em mais lado nenhum. Como os begels, que são rodinhas de pão, tipo donut, mas menos doces e, às vezes, com passas.

Outros dizem que são hamburgueres e pizza. Mas isso já não é comida americana. É ração-multinacional de engorda para a massa laboral que não tem tempo para comer mais nada.

Há ainda os connaisseurs que argumentam que o prato X de galinha e a entrada Y de peixe são americanos. O que é de desconfiar dado que essas iguarias são todas descendentes dos pratos das avós emigrantes dos americanos de hoje.

Onde então, reside a solução?... Ou serão os americanos o primeiro povo sem a alma de uma cozinha tradicional?

Para mim, a comida americana tradicional é o congelado. De altissíma qualidade, digo-vos já. Nos super-mercados daqui encontra-se de tudo e mais alguma coisa, frio e barato. Dos vegetais ao curry, da sopinha à galinha, da sobremesa à lasanha, bastam três minutos e têm uma refeição completa. E que compete em alto nível com o que uma pessoa, cansada e faminta, consegue fazer no segundinho de tempo que sobrou do trabalho.
É o progresso.

Procastination

Já percebi porque é que a massa laboral americana é conhecida pela sua ética quase fé no trabalho. Os americanos são quase todos emigrantes na segunda ou terceira geração. E, neste país, o Processo de emigração é tão fundamentalmente complexo que procastinadores e atrasados ou nunca entram ou têm que sair porque se esqueceram de uma assinatura.

É claro que existem umas quantas excepções, chamadas sorte, que acontecem a tugas desprevenidos em universidades hiper-eficientes. Como eu. Que quase passei um Natal por skype (escusam de dizer aos meus pais).

A razão é branca, A4 e chama-se I20. É um papelucho que certifica que eu sou estudante. Quando se entra no país, no aeroporto de Nova Yorque passa-se por umas casinhas da emigração onde somos interrogados por polícias sobre os nossos intentos nas américas. Quem não tem razão para ficar tem que apanhar o avião na volta (como nós somos do eixo do bem, podemos vir sem visa para turismo por três meses, mas precisamos de bilhete de volta).

Ao que parece, o I-20 tem que ser assinado cada 6 meses. Eu não sabia. Deixei passar os e-mails do office of international education, com um sorrisinho de desdém europeu e snobe, para, uns dias antes da ida, me aperceber que me faltava uma assinatura para poder voltar.
Felizmente os profissionais do OIE sabem que existem pessoas como eu e mandaram um e-mail a dizer que a última-ultimíssima hipótese para assinar o passe era, precisamente, hoje à tarde.
Fui salva.

É verdade, chego terça a casa.
Até breve.