Quando se abre a porta do aeroporto em Miami, a primeira coisa que se nota é o bafo quente e húmido do exterior. O aeroporto é grande e deve ter aparecido em tantos filmes que me parece um tanto ou quanto familiar. Espero pela mini-van (uma versão de táxi partilhado, mais barato que os táxis normais) e vou para o hotel. Só vai mais uma pessoa no carro. O condutor é indiano e no lugar do morto vai uma afro-americana a falar num dialecto que não consigo entender.
A seguir são as palmeiras. Há palmeiras por todo o lado.
Miami está mesmo na pontinha dos Estados Unidos. Rodeada de mar e oceano, dentro de muralhas constituídas por hoteis nas dunas, é uma cidade de prédios altos e carros caros.
Mas se de Miami vi pouco, o mar vi todos os dias. Já estava com saudades de praia, mesmo que aqui a praia não seja o monumento natural que, em Portugal, ameaça desaparecer, mas um apêndice de hoteis cinco estrelas. O hotel, por aqui, é o monumento.
(Pequena nota: com tantos hoteis não percebi como o mar podia parecer tão limpo.)
A separação de classes é evidente. Uma maioria de clientes brancos, servida por uma maioria de empregados hispânicos ou afro-americanos.
Na cidade, ouve-se falar espanhol e inglês, e por esta ordem. Fui a um aquário com vários peixinhos, tartarugas, alligators, e uns animais parecidos com focas de que não me lembro o nome. O aquário tem o ar deprimente e antiquado dos anos 70. O show de golfinhos era parecido com aquele que vi aos 10anos do zoo, mas em versão rock. (Em parte, o aquário serve de berço para algumas criaturas que tropeçam em redes e artefactos humanos e depois são libertadas. Menos mal.)
Fui a Little Havana, onde existem lojas com o sinal "se habla inglés". As casas são pequeninas e rasteiras, e as ruas largas. Parece os subúrbios de qualquer coisa. Comi no melhor restaurante de comida cubana (segundo dizem). O estilo não é surpreendente. Parece assim chique anos-50. Comprei mamey e goiaba num mercado que parecia a praça antes das remodelações. Mamey é um fruto com caroço de pêssego, que se come como uma meloa cor de rosa.
Ouvi falar de Little Haiti, onde a polícia não entra.
E que as línguas oficiais de Miami são o inglês, espanhol e, surpreendemente, o criolo do Haiti.
Gostei da praia, mas, semanas depois do ocorrido (pele caída dos escaldões e tudo), reflicto que não gostaria muito de morar aqui. Parece quente demais, húmido demais, com carros brilhantes demais, muitos hotéis e pouca maresia.
Lembram-se do Al Pacino como Tony Montana ("Scarface")? Cubano, à entrada de Miami, "he wants his human rights" (com violência, o filme vai mostrando até que ponto isto é sarcasmo). http://www.youtube.com/watch?v=ciF2CYn36gA
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