sábado, 28 de fevereiro de 2009

Procastination II

Adoro a CNN. A sério. Adoro a CNN.
É tipo a TVI cá do sítio, mas com muito mais horror e sangue, dado que estamos nos Estados Unidos e as armas vendem como pãezinhos quentes. Além disso, no país da eficiência, cada notícia escabrosa vem acompanhada de pequenos bullets que resumem a tragédia a um rodapé da vida diária "* Pai discutiu com mãe; *Mãe matou dois filhos; * Pai levou a família para o hospital".

A CNN tem sempre um link que nos distrai, uma pessoa a quem aconteceu uma coisa mais horrível que a nós. Que conforto.
No outro dia, vi que no meu estado um pai de família foi alvejado num cinema por fazer barulho (Acho bem, o cinema é para se estar calado). E um puto de 11 anos matou a futura madrasta que, por acaso, estava grávida. É assim, dia sim, dia não, há uns quantos maluquitos, alguns precoces que pegam na arma e matam alguém. É claro que isso faz sempre notícia.

Mas a CNN tem classe. A CNN não é só sangue. A CNN também fala de política. É claro que é preciso escolher as notícias. Ontem, por exemplo, havia uma muito boa sobre a Michelle Obama. A nova Primeira Dama é a mais cool de sempre, um fashion icon, uma role model, a Mãe primordial, eu sei lá. E agora a nova moda é andar de braços destapados no Inverno como a Primeira Dama, porque ela escolhe uns vestidinhos sem mangas todos giros para o Congresso.

As notícias também apanham os desgraçadinhos de sempre. Agora, por causa da crise, há sempre um link para um coitado que perdeu tudo "De Beverly Hills para a quinta a apanhar esterco"; "De 100 mil por ano a engraxar sapatos". Giro. Hoje havia uma notícia sobre um pai desesperado, antigo cidadão modelo, que tentou assaltar um banco. Surpresa, surpresa, foi apanhado.

Mas é claro que se não tivesse que trabalhar não lia a CNN.

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