terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Go, Steelers, go!

Lembram-se da polémica sobre o mamilo da Janet Jackson a aparecer na televisão, há uns anos atrás? Pois bem, esse mamilo apareceu no intervalo de um dos clímaxes anuais da televisão americana: a Super Bowl.
A SuperBowl é nada mais, nada menos, que uma SuperTaça - o jogo que decide quem é a melhor, melhoríssima e mais bestial equipa de futebol americano dos EUA, mundo e arredores.

A minha cidade, Pittsburgh, é mãe dos Steelers, uma das melhores equipas de football dos States. Calculo que o nome tenha a ver com Steel (esta é a cidade de Andrew Carnegie, after all). Em todo o caso, os tipos são bons.
Foram tão bons que chegaram à final, disputada no Domingo passado. Pelo meio, deixaram a cidade de alvoroço e obrigaram-me a aprender as regras de futebol americano. (É difícil, meus amigos, é difícil.)

Há duas semanas que a cidade sabia que podia ganhar a SuperTaça. Na minha universidade (ainda) há logos dos Steelers um pouco por toda a parte e os autocarros, além do destino habitual, diziam, até ao Domingo passado, "Go, Steelers, Go!". Sendo o jogo num Domingo, na 2ª as escolas públicas abriram 2h mais tarde, para dar tempo para festejar.

É claro que fui ver o jogo para um bar, equipada com a minha Terrible Towel. A Terrible Towel é um pedaço oficial de pano amarelo que diz Terrible Towel (sim, isso mesmo). É um objecto tradicional de apoio e de claque. Quando acontece alguma coisa boa, a Steeler Nation agita a Terrible Towel (a minha era special edition, ainda por cima).
Pois bem, comecei assim meio desapaixonada a ver um jogo muito competitivo. Acabei aos urros a puxar pelos Pittsburghianos. Sim, soltei a Steeler que há em mim.
Resultou. Os Steelers ganharam.

Mas a SuperBowl é muito mais do que um jogo. A SuperBowl é a quintessência do espetáculo americano, dos anúncios ao show do intervalo, passando pelo jogo. Com milhões a assistirem, cada pedaço de 30'' de anúncios custou milhões de dólares. Os anúncios em si constitutem o clímax da arte de publicitar e são quase tão badalados como o jogo em si. (Verdade. Um dia depois do jogo a CNN tinha tantos links para o jogo como links para os melhores e piores anúncios). Fazer xixi, só depois do jogo, portanto.
Outro pormenor é o show do intervalo. Desta vez foi o Boss a agitar as massas. Pior que os anúncios.

Entretanto, depois do jogo, foi tempo para brincar às buzinas e para soltar o hooligan que há em todos nós. Em Oakland, a parte da cidade dominada por estudantes universitários (undergrads), a alegria era muita e esfuziava de várias maneiras. Havia muita gente contente aos abraços, a assistir a uns quantos que partiam montras ou faziam fogueiras com material avulso como barreiras da polícia e arbustos públicos. Uma paragem de autocarro foi destruída e um carro virado. Quatro helicópteros (alguns de televisão) observavam a multidão do alto e havia polícias a cavalo e de carro.
Não gostei. Não me senti segura ou feliz. O chão escorregava e as pessoas eram brutas. Não havia música como vi em Lisboa durante o Euro mas sim foguetes lançados para o ar. Cheirava a álcool e a plástico queimado, a histeria sem razão. (E só me lembrei que nestas terras qualquer um traz uma pistola para um sítio destes e começa a disparar. Sad, but true.)

Depois, fui para casa dormir.

6 comentários:

João Vasco disse...

E quanto ao mamilo? Os evangélicos mais conservadores ficam-se? Ou vai haver consequências?

Que pena essa história acabar mal.
Durante o euro também experimentei vibrar com o futebol (não o americano) mas ainda assim mesmo na altura achei que havia quem levasse isso muito a sério...

Mas valeu a experiência, espero :)

Anónimo disse...

Nao sei o q aconteceu ao mamilo (isso já foi há anos)... A Janet Jackson continua estrela, isso sim.

Mas claro que este ano valeu pela experiência.
E, sim, eu lembro-me bem do teu stress com o polícia bronco :P

cris

João Vasco disse...

«Lembram-se da polémica sobre o mamilo da Janet Jackson a aparecer na televisão, há uns anos atrás? Pois bem, esse mamilo apareceu no intervalo de um dos clímaxes anuais da televisão americana: a Super Bowl.»

Ah!

Quando li isto pensei que tivesse apercido de novo, na publicidade.

Porque dessa vez houve consequências: a emissão passou a ser diferida por uns segundos, para que não houvesse esse tipo de acidentes em directo.
Enfim...

Daí estar espantado com a ideia do mamilo aparecer de novo, num anúncio qualquer no intervalo da SuperTaça. Mas agora já percebi, e faz tudo mais sentido.

Anónimo disse...

Não, não apareceu na publicidade. Foi só há uns anos. A questão é que eu sabia do incidente, não sabia é q estava relacionado com a SuperBowl. Só agora descobri que sim, que está relacionado com a SuperBowl.

JoanaM disse...

Agora só te falta ir ver um jogo ao vivo. tb deve ser uma boa experiência! Bjs

Anónimo disse...

Fui ver um, mas de uma equipa universitária. Foi muito engraçado, sim senhor. Houve um jogador que teve de sair de maca, com o pescoço imobilizado.
(Isto já aconteceu em 2 dos 3 jogos a que assisti.)