7 do 7, faço 27 anos. Sozinha ou acompanhada tinha que festejar.
Apeteceu-me fazê-lo acompanhada, o que, numa cidade estranha onde não conheço assim tantas pessoas, é menos linear do que em Lisboa (em que se manda um e-mail aos suspeitos do costume, vai-se ao Pingo Doce comprar uns comes e bebes e acaba-se a tarde a dar corda ao cérebro com as deambulações habituais sobre a possibilidade eventual dos números primos serem racionais).
Em primeiro lugar há que escolher o sítio: original, barato, aonde se possa chegar sem carro e sair sem ser de boleia. Not easy. Andei às voltas com o guia de Pittsburgh, surfei na net e encontrei - pensei eu - o lugar ideal.
Agora é a parte de tentar mandar um e-mail engraçado, nem demasiado seco nem demasiado tolo, inteligente q.b., alegre q.b. numa língua que não é a minha. Ok.
E depois é a escolha de pessoas. Como se escolhem as pessoas num sítio aonde a intimidade ainda não é uma realidade? Aonde não posso dizer que me sinto identificada com a maior parte das pessoas que encontrei?
É estranho sermos cuspidos assim num mundo alienígena, e de repente só conhecermos duas ou três pessoas numa cidade. De repente, essas duas ou três pessoas são a nossa ponte com o mundo dos humanos. E tornam-se mais vitais. Mas adaptarmo-nos não é a mesma coisa que sentir aquele clique misterioso que por vezes acontece entre pessoas e que nos faz sentir em casa. É mais engolir em seco, sorrirmos, e sentirmo-nos menos sozinhos por entre palavras que não nos dizem assim tanto. Esperar. A polidez às vezes quebra-se, assim meio de surpresa, e vislumbres da humanidade genuína do outro aparecem. Outras vezes não, e ficamo-nos pelos cartoons de estudantes PhDs inteligentes e sabidos... É assim: os outros não se prevêm, acontecem.
Mas foi num ambiente de espera optimista que reuni um grupo de portugueses e um americano para ir para o Dowe's. O guia tinha prometido live jazz, e comida e bebida a preços moderados. Descobrimos um edifício vazio onde o menu á porta fora substituido por uma nota de despejo. À turista, tinhamos sido enganados por um guia desactualizado! Sentindo o peso da antiguidade no burgo, o americano movido a net no telemóvel logo divisou outro plano. Atravessámos uma ponte, passeámos pela margem do rio e fomos para outro bar. Muito melhor.
E foram estes os meus anos. O título do post vem de um marcador com luas e estrelas que a A., uma matemática que faz ballet, me ofereceu.
A minha cidade, ao entardecer...
O passeio, o rio, e patos
E haviam 7 pessoas à mesa...
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1 comentário:
Eh! :D
Finalmente aparece a Cris!
;*
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